Literatura

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sábado, 12 de julho de 2014

Poesia

Os lusíadas, de Luiz Vaz de Camões

   Luiz Vaz de Camões é dado como "Viajante, letrado, humanista, trovador à maneira tradicional, fidalgo esfomeado, numa mão a pena e noutra a espada, salvando a nado num naufrágio, manuscrita, a grande obra da sua vida, Camões assumiu e meditou a experiência de toda uma civilização cujas contradições viveu na sua carne e procurou superar pela criação artística". Este comentário foi feito por dois grandes historiadores da literatura portuguesa, Antonio José Saraiva e Oscar Lopes, apontando a grandeza de um dos maiores poetas de todos os tempos, Luís de Camões. Não se sabe ao certo onde e quando Camões nasceu, mas especula-se quem tenha sido em Lisboa, entre 1524/1525. Também não se tem certeza de onde Camões estudou, mas em razão de sua erudição, é certo que teve uma excelente formação.Seu pai se chamava Simão Vaz de Camões e sua mãe Ana de Sá, não se sabia a que classe social ele pertencia mas desconfia-se que era da nobreza.
   A vida de Camões era muito conturbada. Quando jovem, frequentou círculos aristocráticos e a boêmia literária de Lisboa. Entretanto, optou pela carreira das armas e combateu no Marrocos, onde perdeu um olho em combate. Em 1550 alistou-se para a Índia, mas não chegou a embarcar. No mesmo ano já estava em Portugal, mas, em 1552 foi preso por ter agredido um oficial do rei, sua liberdade foi dada alguns meses depois em 7 de março também de 1552. A seguir embarcou para a Índia, para servir o rei em serviços militares, a volta seu navio naufragou e reza a lenda que camões fugiu a nado, salvando os manuscritos do que seria  sua maior obra, “Os Lusíadas”, que já estava em fase final. Nesta mesma obra o poeta narrou o episodio do naufrágio no canto X. Em 1567 ele retorna a Portugal, porém o capitão do navio o deixou na costa do Moçambique e lá aceitou uma proposta de emprego pois, estava passando por dificuldades econômicas. Dois anos depois voltou para Lisboa.   Luiz conseguiu uma pensão de 15.000 reis, concedida através de D Sebastião, o rei de Portugal, a quem a obra é dedicada.

Luiz Vaz de Camões

   Apesar de fama e prestigio como poeta, seus últimos anos foram de muita miséria. Morreu em 1580 em uma cama de hospital e seu enterro foi pago por uma instituição de caridade, a Companhia dos Cortesãos. Antes de sua morte, em 1572, a sua maior obra Os Lusíadas foi editada e publicada.

  Pode-se constatar que dentro da obra "Os lusíadas" existem várias características do classicismo que são basicamente: a imitação ou seja resgata as antiguidades greco-romanas, pois camões se espelha em HOMERO grande nome, para fazer sua obra, podemos também citar a mitologia grega ou seja ele trata no seus versos os deuses como por exemplo a historia de MARTE e VÊNUS, que se fala da decisão a ser tomada pelo deus MARTE em ajudar os portugueses ou não, fala também sobre o olímpio no tempo que gera uma grande desavença de deuses como: APOLO, BACO, CUPIDO, VÊNUS, MARTE, JÚPITER,E ETC. Camões fala destes deuses, e de outros fatos ocorridos sempre em rimas, desta forma esta obra tem varias características do classicismo. 


   Os Lusíadas é um poema que é dividido em dez cantos e trata de vários assuntos, mas é voltado principalmente para a viagem do vasco da gama as índias.
     Canto I (Consílio dos Deuses) : É constituído pela proposição em que o poeta anuncia o que vai cantar, pela invocação de inspiração às ninfas, pela dedicatória do seu poema ao Rei D.Sebastião e pelo Consílio dos Deuses no Olimpo. Neste Consílio os Deuses iam decidir se ajudavam os portugueses a chegar à Índia ou os impediam. Esta reunião era presidida por Júpiter, tendo estado presentes todos os Deuses convocados.Júpiter resolve ajuda-los e Vênus a apoia nessa decisão.
   Canto II (A armadilha):O Rei de Mombaça, influenciado por Baco, monta uma armadilha para destruir os portugueses que conseguem escapar graças á ajuda de Vénus e das Nereidas.
   Canto IIINeste canto Vasco da Gama conta a história de Portugal ao rei de Melinde.Destacam-se os episódios de Egas Moniz e da Batalha de Ourique, no reinado de D. Afonso Henriques, e o da Formosíssima Maria, da Batalha do Salado e de Inês de Castro, no reinado de D. Afonso IV.
   Canto IV: Vasco da Gama prossegue a narrativa da História de Portugal. Conta agora a história da Batalha de Aljubarrota. Neste canto iniciam-se os preparativos para a viajem de vasco da gama as Índias.
   Canto V: Vasco da Gama prossegue a sua narrativa ao Rei de Melinde, contando agora a viagem da armada, de Lisboa a Melinde. É uma narrativa de grande aventura marítima, em que os marinheiros observaram os diversos fenômenos marítimos que ocorrem durante a viagem incluindo a aparição de um monstro.
   Canto VI: Fim da narrativa de Vasco da Gama, a Armada sai de Melinde guiada por um piloto que deverá ensinar-lhe o caminho até Calecut. Baco(inimigo dos portugueses e vilão da história),vendo que os portugueses estão prestes a chegar à Índia, resolve pedir ajuda a Netuno, que convoca um Consílio dos Deuses Marinhos cuja decisão é apoiar Baco e soltar os ventos para fazer afundar a Armada.
   Canto VII: A armada chega a Calecut. O Catual visita a Armada e pede a Paulo da Gama que lhe explique o significado das figuras das bandeiras portuguesas. O poeta invoca as Ninfas do Tejo e do Mondego, ao mesmo tempo que critica duramente os opressores e exploradores do povo.
   Canto VIII (Ilha dos Amores):Paulo da Gama explica ao Catual o significado dos símbolos das bandeiras portuguesas, contando-lhe episódios da História de Portugal nelas representados. Baco intervém de novo contra os portugueses, aparecendo em sonhos a um sacerdote brâmane e instigando-o através da informação de que vêm com o intuito da pilhagem.Vênus e Cupido preparam uma recepção aos portugueses para compensar-lhes os sofrimentos.
  Canto IX: Após vencerem algumas dificuldades, os Portugueses saem de Calecut, iniciando a viagem de regresso à Pátria. Vénus decide preparar uma recompensa para os marinheiros, fazendo-os chegar à Ilha dos Amores. Para isso, manda o seu filho Cupido desfechar setas sobre as ninfas, que feridas de Amor e pela sua Deusa instruídas, se apaixonaram pelos Portugueses.
   Canto XAs Ninfas oferecem um banquete aos portugueses.Tétis conduz Vasco da Gama ao cume de um monte para lhe mostrar a Máquina do Mundo e indicar nela os lugares onde chegará o império português. Os portugueses despedem-se e regressam a Portugal. O poeta termina, lamentando-se pelo seu destino infeliz de poeta incompreendido por aqueles a quem canta e incentivando o Rei D. Sebastião a continuar a glória dos Portugueses.

Poema Os Lusíadas - Luiz de Camões

  Como citado anteriormente a obra é divida em dez cantos(divisão de um poema longo). Cada canto possui um numero variável de estrofes, em média 110,o poema todo por sua vez tem 1102 estrofes. As estâncias do poema são oitavas, tendo portanto oito versos, e a rima é cruzada nos seis primeiros versos e emparelha nos dois últimos( AB AB AB CC). Como Os Lusíadas é um texto renascentista, não pôde deixar de seguir a estética grega. Assim o clímax da narrativa, a chegada a Índia, foi colocada no ponto que divide a obra na proporção áurea(início do Canto VII).
   E por fim cada verso é constituído por dez silabas métricas(decassílabo), na sua maioria heroicas, ou seja, acentuadas nas sextas e décimas sílabas.Podemos ver isso metrificando a primeira estrofe do canto 1:
As / ar / mas / eos / ba / rões / as / si / na / la / dos 
Que / dã O / ci / den / tal / pra / ia / Lu / si / ta / na
Por / ma / res / nun / ca / dan / tes / na / vê / ga / dos 
Pas / as / ram / ain / da a / lém / da / Ta / pro / ba / na
Em / pe / ri / gos / e / guer / rãs / es / for / ça / dos 
Mais / do / que / pro / me / ti / a a / for / ça hu / ma / na 
E em / ter / gen / te / re / mo / tae / di / fi/ ca / ram 
No / vo / rei / no / que / tan / to / su / bli / ma / ram


  Como podemos ver a seguir é possível dividir o poema em quatro partes (wikipédia):
  • Proposição - introdução, apresentação do assunto e dos heróis (estrofes 1 a 3 do Canto I);
  • Invocação - o poeta invoca as ninfas do Tejo e pede-lhes a inspiração para escrever (estrofes 4 e 5 do Canto I);
  • Dedicatória - o poeta dedica a obra ao rei D. Sebastião (estrofes 6 a 18 do Canto I);
  • Narração - a narrativa da viagem, partindo do meio da ação para voltar atrás no tempo e explicar o que aconteceu até ao momento na viagem de Vasco de Gama e na história de Portugal, e depois prosseguir na linha temporal.Por fim, há um epílogo a concluir a obra (estrofes 145 a 156 do Canto X).
   Na obra existem vários planos temáticos sendo eles: 
* Plano da Viagem - onde se trata da viagem da descoberta do caminho marítimo para a Índia de Vasco da Gama e dos seus marinheiros; 
* Plano da História de Portugal - são relatados episódios da história dos portugueses; 
* Plano do Poeta - Camões refere-se a si mesmo enquanto poeta admirador do povo e dos heróis portugueses; 
* Plano da Mitologia - são descritas as influências e as intervenções dos deuses da mitologia greco-romana na ação dos heróis. 
   Ao longo da narração deparam-se-nos vários tipos de episódios: bélicos, mitológicos, históricos, simbólicos, líricos e naturalistas
   
   O eu lírico desta obra é coletivo, os Lusiadas, ou os filhos de Luso, os portugueses. Nas estrofes iniciais do discurso Júpiter e os deuses do olimpo é que predominam, que por sua vez estão em guerra. Mais a frente surge Baco, vilão da história e deus inimigo dos portugueses, no desenrolar da história suas conquistas ultrapassam a dos portugueses. A obra se baseia principalmente em Vasco da  Gama, a quem se desvia o descobrimento da rota para o oriente numa difícil viagem , e que vencera inúmeras batalhas contra reinos muçulmanos, em terras hostis aos cristãos.
   O titulo os lusíadas tem relação com o conteúdo já que o poema fala principalmente dos Lusos, ou Portugueses.
   Como a poesia é dividida em varias partes consequentemente elas mantem relações entre si, quando se trata do assusto dado em cada canto. Por fim o gênero predominante na nossa poesia e o épico, ou seja, obras que narram os grandes feitos de heróis.
  
   Como se pôde ver ao longo de nossa pesquisa Luiz de Camões foi e é muito importante para a literatura já que, é considerado o maior poeta renascentista português e uma das mais expressivas vozes de nossa língua. O estudo camoniano é de suma importância para a compreensão da língua portuguesa, pois Camões é considerado o divisor entre a época arcaica e moderna. A obra Os Lusíadas é uma obra lindíssima, pena que muito complexa. Os portugueses consideram ela uma das mais importantes da história já que, se trata da antiguidade. Para concluir, Camões e sua obra são assinalados de suma importância pois explica um pouco da cultura portuguesa e as pessoas que ali abitavam.


Fonte 1:(http://educacao.uol.com.br/biografias/luis-vaz-de-camoes.jhtm)
Fonte 2:(http://classicismoetecap.blogspot.com.br/)
Fonte 3:(http://pt.wikipedia.org/wiki/Os_Lus%C3%ADadas)
Fonte 4:(http://oslusiadas.no.sapo.pt/cantos.html)
Fonte 5:(www.notapositiva.com/resumos/portugues/resumoslusiadas.htm)
Fonte 6:(br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20070528130336AAQ8U1j)






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